terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

O carnaval que não vivi


  Sonho com os carnavais de um período em que não vivi. Sonho com aquele carnaval que minha mãe insiste em sentir saudades... As pessoas nas ruas em meio a tantas descobertas, novas músicas, novos ritmos, subindo e descendo alegremente as ladeiras de Salvador.
  Nesses momentos minha mãe não trás na sua lembrança a preocupação com a carteira, com a bala perdida, com o menininho descalço catando lata, com aquelas pessoas que seguram cordas e retratam o quanto vivemos em uma sociedade desigual, nem a lembrança de quantas desgraças as drogas causam em tantas famílias. Minha mãe conta que não existia carnaval para ricos, mas sim para todos.
Quando mainha abre o seu baú ela me faz desejar para os dias de hoje um “Carnaval do Avesso”. Avesso a violência, ao trabalho infantil, a desigualdade social e as drogas. Ela me faz desejar um Carnaval contrario a tudo àquilo que nos afasta da paz.

Bárbara Souza 

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