Sonho com os carnavais de um período em que não vivi. Sonho com
aquele carnaval que minha mãe insiste em sentir saudades... As pessoas nas ruas
em meio a tantas descobertas, novas músicas, novos ritmos, subindo e descendo
alegremente as ladeiras de Salvador.
Nesses momentos minha mãe não trás na sua lembrança a
preocupação com a carteira, com a bala perdida, com o menininho descalço
catando lata, com aquelas pessoas que seguram cordas e retratam o quanto vivemos
em uma sociedade desigual, nem a lembrança de quantas desgraças as drogas causam
em tantas famílias. Minha mãe conta que não existia carnaval para ricos, mas
sim para todos.
Quando mainha abre o seu baú ela me faz desejar para os dias de
hoje um “Carnaval do Avesso”. Avesso a violência,
ao trabalho infantil, a desigualdade social e as drogas. Ela me faz desejar um
Carnaval contrario a tudo àquilo que nos afasta da paz.
Bárbara Souza
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