Apesar de existir a pouco tempo o curso de graduação na UFBA voltado para colocar no mercado profissionais formados nessa área, pessoas de diversos ramos de atividade ou com experiência voltam seu olhar para a produção cultural do estado.
O curso ainda não foi regulamento no país, por esse motivo não é exigido um diploma para a execução da atividade. O que torna essa área promissora se pararmos para analisar que por trás de tudo que vemos nos meios de comunicação em shows, espetáculos, dentre outros, há alguém que coordena e faz uma idéia virar realidade. E a Bahia como berço cultural de diferentes formas de manifestação popular, com destaque a cultura nordestina e afro-descendente, proporciona a esses profissionais um vasto campo de atuação. Mas segundo Ivan de Almeida essa área ainda é fechada.
O produtor cultural pode trabalhar tanto de forma independente, quanto em produtoras de evento e Organizações Não-governamentais, deve está atento as mudanças sociais, ter um grande conhecimento cultural, ser intuitivo e criativo.
Para falar um pouco mais sobre produção cultural, conversei com o jornalista Ivan de Almeida.
Bárbara Souza - Qual o papel do produtor cultural?
Ivan de Almeida - O produtor cultural tem o a papel de ser o mediador entre a sociedade organizada e os produtos culturais. É aquele que acima de tudo, trabalha em ideologicamente em benefício da cultural.
Bárbara Souza - Há quanto tempo você atua nessa atividade? Teve dificuldade de ganhar espaço no mercado?
Ivan de Almeida - Minha atuação é mais no campo literário. Organizo livros e revistas desde 2000, ainda no Circulo de Estudos Pensamento e Ação (Cepa). De lá pra cá não parei mais.
Ivan de Almeida - Primeiramente, é preciso esclarecer que a produção cultural é uma atividade muito ampla, não se pode restringir este tipo de coisa. Um profissional que trabalha com cultura pode ser um organizador de eventos, como shows, mas, pode ser também ser um elaborador de projetos que visam atuar com seguimentos culturais.
Bárbara Souza - Quais qualificações são necessárias para trabalhar nessa área?
Ivan de Almeida – É muito importante que um produtor ou empreendedor cultural tenha um conhecimento razoável, tenha capacidade de reflexão, possa forma opinião. Agora, isso não quer dizer que isso seja o pré-requisito.
Bárbara Souza - Como está o mercado de produção cultural em Salvador?
Ivan de Almeida - Fechado. Na verdade é muito difícil trabalhar com cultura em Salvador. No meu ponto de vista, tem-se uma idéia distorcida do que seja um produto cultural. A Bahia é muito rica culturalmente falando, mas existe uma lógica de mercantilizarão da cultura em nosso estado que tem prejudicando muito os nossos maiores bens. Praticamente os governos passados venderam abertamente nossa cultura ao turismo e relegou nossas referências culturais, para último caso , a começar que não tínhamos nem sequer uma secretária única de cultura, era secretária de cultura e turismo, daí você vê, a importância que eles davam.
Bárbara Souza - Qual a importância do jornalista atuar na produção cultural?
Ivan de Almeida - Em minha opinião, um jornalista que possui a sensibilidade para trabalhar com cultura é um comunicador bem mais amplo. Agora não quero dizer que isso é uma lei, o jornalismo é amplo e cada qual segue o ramo da profissão que melhor se sente.
Bárbara Souza - O que o mercado exige para ser um bom produtor?
Ivan de Almeida - Posso afirmar que é necessário, acima de tudo, gostar de trabalhar com cultura. Vejo que o mercado é fechado e para se estabelecer é necessário ter competência e muita sorte, estar na hora certa com as pessoas certas e saber aproveitar as oportunidades.
Bárbara Souza - Existe muita competitividade nessa área?
Ivan de Almeida -
Acredito que não exista uma área, principalmente em humanas, que não haja competitividade. Procuro não me preocupar com isso porque cada um tem seu valor e o trabalhar de cada qual só se estabelece na medida em que ele se mostra. Bárbara Souza - Para quem quer começar a trabalhar nesse mercado, que dica você dá?Ivan de Almeida - Volto a falar, é preciso gostar de trabalhar com cultura, mas pessoalmente, não aconselho ninguém a querer viver disso, pois é uma área muito ingrata com muitos e afável com poucos. Existem pessoas que ganham muito dinheiro com projetos culturais, mas a maioria rala muito.
Perfil do entrevistado
Um idealizador com senso prático, esta pode ser uma definição precisa do jovem jornalista, poeta e produtor cultural desde 2000, Ivan de Almeida. Organizador do livro Focus-Antologia Poética, esta em sua 3º edição onde contém poemas de sua autoria. Esteve á frente da Editoração Cepa, onde organizou cinco edições da revista Cepa poesia, entre outras publicações, editou a Revista Literária Àgora e logo após a Coletânea Poiésis.
Aos 25 anos Ivan de Almeida graduado em jornalismo no ano de 2006 pela Unibahia, atualmente trabalha na Rede pólo Comunicações, em Camaçari e especializa-se em webjornalismo.
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